Com raiva e com o Don quieto por saber que era
melhor ouvir a sua prima falar o que não precisava ser dito.
Sem gostar do que ocorria no momento, sendo que a Rainiria feliz por finalmente poder falar, fala bem irritada.
Mas é claro que eu sei os seus gostos!
Ele apontou para ela e quando pensou em falar, Rainiria continuou a dizer o que seria o início da sua humilhação em frente a sua família.
Eu fui por mais de 4 anos a governanta da sua casa, quando a tua mulher estava viva!
Todas as partes de tua casa estavam perfeitamente arrumadas e limpas ao seu gosto, sendo que nunca foi por minha causa.
Sempre foi por causa de quem maltratou tanto, que a fez morrer de desgosto quando A SUA FILHA, NÃO FILHO!
SUA FILHA NASCEU!
Serentina me ensinou o seu gosto, ela me falou como comandar a casa para ter tudo em ordem como é de seu gosto.
Todas as partes da casa que mal ia e eu comandava livre, eu tinha tempo de deixar em ordem seguindo as normas malucas e absurdas de sua cultura!
Nossa cultura…
SUA CULTURA, NÃO COMEÇA NOVAMENTE A FALAR EM MEU NOME!
EU NÃO SOU UM OBJETO, UM BEBÊ, SOU ADULTA E SEMPRE FALEI POR MIM!
SER SUA PRIMA, SERMOS DA MESMA FAMÍLIA, NÃO NOS FAZ SER DA MESMA CULTURA!
EU SOU UMA IAMITA DE SALADIATRI, NÃO UM LASDADOR!
EU SOU TUA PRIMA, POIS TUA TIA, IRMÃ DE TUA MÃE CASOU COM O MEU PAI!
MEU PAI É IAMITA E NÓS, DIFERENTE DE VOCÊS, SABEMOS O TEMPO DE SEGUIR TRADIÇÕES DE NOSSOS ANTEPASSADOS E O TEMPO DE MUDAR.
NÓS MUDAMOS E SÓ POR ISSO QUE MEU PAI DEIXOU TRABALHAR PARA TI, POIS QUEM SERIA A MINHA PATROA ERA A SUA FALECIDA SENHORA!
NÃO O SENHOR, QUE NÃO RESPEITA AS MULHERES, SEUS SENTIMENTOS, DESEJOS, GOSTOS, PERSONALIDADE, AS TRATANDO COMO PUTAS E EMPREGADAS ESCRAVAS DE SUAS VONTADES E DESEJOS!
Por sua esposa ser a minha patroa, por ela mandar em mim, que aceitei a sua oferta de ser a sua governanta e é isso que as governantas fazem.
Aprendem o gosto dos SEUS PATRÕES e mantém a casa em ordem como os seus patrões querem.
Eu não aprendi os seus gostos, o que gosta de comer ou não, por que gosto de você e queria te conquistar para mim.
Eu passei mais de 4 anos aqui vivendo na sombra de nem se lembrar de mim, de nem saber que eu vivia aqui dia e noite, mantendo a casa em ordem.
Não me via descabelada, estressada, doente, por dois motivos.
O principal é que eu vivia nas sombras, mau me via dentro da sua casa, raro era as vezes que me encontrava quando sua esposa estava viva e mais raro ainda de me ver depois que ela se foi.
Outro motivo é que eu tinha que seguir a sua cultura para deixar tudo limpo para não ser demitida e mais ainda.
Não ser mal falada por aí, que não sei cuidar de uma casa e por isso perder um marido.
Sendo que coitada da sua esposa.
Nas partes que ela queria cuidar pessoalmente para te agradar, nada era a contento, pois o fresco, não pode ser sábio, não pode abrir exceção, não pode ser mais flexível com os dias que os cantos que mais usa pode ou não ser limpo.
O fresco não pode nem respeitar o canto da sua esposa, a forma que ela cuida de seus pertences, pois se não for como declara que é certo arrumar, tudo é sujo e desarrumado!
Não sabe nada da sua cultura por completo, não sabe nada de nada como é a vida da esposa.
Mal sabe a parte da sua cultura da vida de um homem e mais ainda de um marido.
Só sabe mesmo a parte fácil de ser homem e um solteiro mau educado que só dá ordem e não sabe que para limpar um cômodo, precisa de um dia inteiro de trabalho, pois tudo tem que ser purificado pela água!
Do teto ao chão, tudo tem que ser molhado e purificado por vários cânticos, olha aqui!
Ela tira da bolsa o livro grosso que sempre levava.
Olha aqui tudo que tenho que seguir para assegurar que o cômodo está limpo a seu contento dentro das normas malucas e completamente ultrapassado da cultura que não abre mão nem para espirrar quando te convém!
O tempo que leva para tudo que não pode ser molhado ser removido, limpo por outros caminhos para ser purificado, como secamos o cômodo e o principal.
Tudo que temos que colocar no cômodo, para que a água não saia para o corredor e não afete os cômodos do lado ou o seu precioso jardim!
O que quer que eu faça com isso?
Leia!
Foi feito por sua esposa, com carinho para que tudo ficasse em ordem!
Essa é a forma que a sua esposa tem e que nós empregados temos que seguir para ter a sua casa limpa.
Mesmo a sua esposa sabendo que iria morrer no dia do parto por tolamente não seguir as ordens médicas para descansar, ela me deu isso aqui, para garantir que até depois de sua morte, tivesse uma casa perfeita e em ordem.
Sua esposa sabia que iria morrer e por isso me deu várias cópias desse livro enorme, para ter a certeza que iria continuar a cuidar de forma certa de ti e da sua filha depois de partir!
Sobre as mentiras que fala da sua casa nunca ficar em ordem, ela sempre ficou.
Poderia não ser igual aos outros cômodos, nas partes que a sua esposa cuidava pessoalmente, pois nessas partes tinha e muito do gosto dela para se agradar do casamento ruim que tinha.
Algo que continua até hoje e não enxerga, pois veja só.
Eu não sou sua esposa, sou só governanta.
Eu não preciso ficar o tempo todo do seu lado te mimando, por isso consigo acerta a agenda para ter a casa perfeita sem você vê que algo ainda está sendo limpo.
Ter a comida perfeita na hora perfeita que quer comer, afinal, sem a Serentina em casa, com ela aqui só em espírito, eu não preciso fazer a comida que é mais do gosto dela.
Eu só sigo isso aqui, com toda a liberdade que a sua esposa precisava ter para cumprir tudo pessoalmente.
Sem ela viva, vejam só.
Tempo que preciso para acertar a sua comida e a casa ficou enorme!
3 vezes mais tempo do que dava a sua mulher, pois expulsa todas as visitas, que são sempre chatas, odiosas, estressantes que não aceitam que não tem a honra de conviver com você!
Fazia a sua esposa ficar desesperada para manter a casa limpa por entupir de visita desnecessária, festas para ir que nem era para ir, visitas para fazer a um monte de lugares sem necessidade.
Fazia de tudo para reduzir bem o tempo dela de arrumar tudo como gosta, mudando ordens de forma desesperadora por que não avisa da vinda das visitas!
Reclama da comida servida em hora errada, mas é claro!
O mimado não aceitava comer com a Serentina na mesa, ficava trancado dentro da sala de trabalho que nunca sai esperando a comida ser servida por lá e só com muita fome que ia ao local certo para comer.
Ou pior, chega perto da hora do jantar e aparece do nada cheio de convidados e fica a tua esposa e a cozinheira desesperada fazendo as refeições para poder servir todos a contento!
Eu não tive isso nesses anos que te servi com a sua esposa em espírito,
E na hora de anunciar que o jantar estava servido, veja só.
O mimado saia da mesma hora do local e comia no local certo.
Nunca pediu para servirmos na sua sala de trabalho.
Nem um dia, sempre saia da sala e ia comer na sala de jantar!
Coitada da minha prima de casamento, pois o mimado ficava fazendo escândalos, pois as amigas dela vinham aqui!
Amigas que nunca deixou entrar de forma livre nesses 2 anos sem ter a intervenção do padre.
Prega tanto as tradições que no luto nunca honrou de fato a sua esposa!
Serentina morreu, por amar você!
Ela morreu, por ser orgulhosa demais e querer seguir muito às cegas as tradições da sua família.
Ela morreu, por que queria te agradar e mostrar a todos que sempre foi a melhor esposa que poderia sonhar para a sua vida, colocando a vida dela de lado só para te ver feliz.
Ela perdeu sua FILHA, não filho.
FILHA, MENINA QUE NEM SEQUER FEZ QUESTÃO DE PEGAR NOS BRAÇOS NOS POUCOS MOMENTOS QUE FICOU VIVA…
Por que a sua esposa queria garantir que os seus sócios tivessem o melhor quando fossem te visitar em sua casa.
Visitas essas que fez questão de triplicar.
Raro era o dia que não tinha visitas aqui ou que tinham que sair para visitar alguém.
Você matou a sua esposa, em vez de mandar ela ficar descansando.
Sabia que ela iria morrer e forçou bem para que isso ocorresse, assim como tirasse o filho que tanto berrava que era e é estorvo para a sua vida, um aborrecimento sem precedente.
Ainda mais meninas, que só são estorvos e não dão a eternidade para a vida de ninguém.
Eu não sou a esposa que sempre procurou para a sua vida.
Eu nunca aceitei o que fazia com a Serentina.
Eu nunca ficaria do lado de quem me maltratasse tanto, ainda mais quando fala na minha frente que filhas são estorvos.
Eu tenho nojo de pessoas como você e só continuei a trabalhar aqui depois de ouvir essa blasfêmia pela sua sofrida esposa.
Pela Serentina.
Sua esposa é e era ela, que tanto desprezou e maltratou.
Eu não segui a sua tradição para mostrar que aceito ser sua esposa e deixar sua falecida esposa me usar para ter paz em sua alma.
Eu sou sua governanta.
Eu só segui a sua tradição que agora quer ignorar, de como segue a vida de cada empregado que a sua esposa contratou para servi-la.
Eu ainda a sirvo.
Eu teoricamente sei todos os seus gostos, o que gosta ou não, não por que te amo.
Não por que queria te conquistar e ter o mérito e honra de me casar com você.
Eu sei tudo da sua vida, por que sou empregada da Serentina.
Sei por que a sua mulher escreveu aqui, pois se não fosse isso, eu não saberia nada!
Eu segui trabalhando esses 2 anos para o senhor, a pedido da sua esposa, para que eu treinasse perfeitamente a pessoa que fosse ficar no meu lugar, pois ela queria garantir que se algo ocorresse comigo.
Alguém iria continuar a cuidar do senhor depois que acabasse o período de luto.
Essas duas senhoras que me segue para onde vou, não são criadas simples da casa como já ouvi por aí e falou hoje.
Não são empregadas que me seguem para garantir que os cantos que a sua esposa cuidava, fique perfeito como ela não fazia, para a sua mente doentia de mimada.
Essas duas senhoras são as novas governantas dessa casa que foram escolhidas pessoalmente pela sua esposa antes dela partir.
Só isso.
Eu só as treinei e continuei trabalhando aqui, por ela.
Era o que eu queria dizer o mês inteiro e ninguém deixou falar até agora.
Eu só vivi aqui por que disse sim ao padre, quando ele me perguntou se eu queria continuar a ser a governanta da Serentina ou se passava o cargo para as substitutas.
Eu só disse sim, pois prometi a sua esposa que pelo tempo do luto cuidaria dela, depois, eu iria partir.
Eu não gosto do senhor. Não teve um dia da minha vida que tenha gostado de você com qualquer sentimento bom.
Eu odeio o senhor.
Eu não gosto dessa vida que mente para todo mundo que ama, essa vida não representa em nada o que eu gosto.
O senhor não me conhece, o senhor só é meu primo que respeito até o momento por que é meu chefe.
Melhor, ex-chefe, pois eu me demito.
Hoje faz 2 anos que a sua esposa partiu.
Hoje é o dia que fica livre para seguir em frente para amar, por isso, ache quem gosta de mentir igual ao senhor, que ama essa vida.
Hoje é o dia em que poderia começar a procurar o alvo.
Não é o dia de chamar todos da sua família ignorando completamente a minha família para armar esse jantar ridículo já falando que somos noivos!
Você não gosta dessa vida?
É claro que eu não gosto.
Por que?
Eu detesto, eu odeio, pois ela é antiga, antiquada e muito parada no tempo.
Ela dá abertura para que maltrate as mulheres.
Despreza as mulheres, as rebaixa, as desvaloriza.
Não é isso que procuro para a minha vida.
Só que sempre sorriu para mim. Sempre cuidou certo de tudo do meu lar.
Nunca procurei ser a melhor e ter um sorriso lindo no meu rosto todos os dias para agradar e flertar com você.
Eu era a sua empregada, era o meu deve sempre sorrir quanto te visse, pois o senhor não tem nada haver com qualquer problema que tivesse na minha vida.
O senhor, nunca fez questão de fato de me conhecer, pois se me conhecesse.
Não iria armar essa festa, falando de nosso namoro noivado, como seu eu fosse seu par perfeito, que iria aceitar a ser galaneza para dar a você, a filha que a falecida não deu e depois sim, ter a nossa vida de casal.
Ela nessa hora tirou a touca que usava, soltou os cabelos e prendeu como gosta.
Tirou o avental de serviço e deu à nova governanta principal da casa.
Deu a ela a bolsa e o livro.
Todos viram a cena.
Rainiria respirou fundo, se virou e disse bem séria.
Eu não sou da sua família.
Nunca fui, já que meu pai nunca foi aceito pela sua família, por ele ser contra os seus costumes.
Meu pai não veio aqui por que apoia o nosso casamento.
Veio para me buscar, pois não tenho mais nenhuma obrigação de trabalhar para a sua esposa, pois já dei a ela a paz que precisava vindo da minha parte.
O pai dela, apoiando ainda a mão na bengala, por querer mostrar o tempo todo que não iria ficar no local, estende a mão para frente falando.
Desabafo encerrado.
Está na hora de irmos, filha.
Sobrinho de casamento, espero que os decimos que deve a minha filha, sejam pagos a contento e com honradez no mesmo dia que faz em todos os meses.
Foram mais de 6 anos de trabalho seguidos sem nenhum problema ou qualquer descontentamento vindo de sua falecida esposa e nem de sua parte.
Mais de 4 anos trabalhando diretamente para a tua falecida esposa.
2 anos trabalhando diretamente para você, de certa forma.
2 anos que a minha filha trabalhou acima das expectativas e mais ainda acima que o seu cargo exigia, por memória de sua prima de casamento.
2 anos que ela foi uma excelente profissional em tua casa, tão excelente que infelizmente a tua família não conseguiu ver, que a menina só fazia o seu trabalho como foi ordenado por sua falecida esposa e te fez infelizmente acreditar, que ela gostava de você.
Mais uma vez, meus pêsames pelo ocorrido em sua vida.
Fico feliz que finalmente vai seguir com a sua vida.
Só não sonhe com a minha filha, pois como ela mesma disse.
Você não a conhece e não sabe o que de fato ela quer para a sua vida.
Eu sei, tanto que sei que estou aqui para garantir que hoje ela possa ir para casa em paz já levando todos os seus pertences que tinha em sua casa.
Tio, isso que ela diz e o senhor diz é real?
Ela vai partir no dia de hoje? No dia que termina o meu luto?
Sim.
Por quê?
Eu preciso dizer mesmo o porquê?
Não conhece perfeitamente os costumes de sua vida?
Eu conheço.
Se conhecesse, nem era para perguntar por que hoje a minha filha se demitiu.
Como não conhece, eu digo.
Minha filha era para ter saído do trabalho no dia que a sua esposa se foi, mais tardar no dia seguinte de seu enterro, pois nada de acharem que ela poderia ser uma pretendente para você, sobrinho por casamento.
O senhor apoiou que ela trabalhasse para mim.
Apoiei que trabalhasse para a sua esposa. Não você.
Eu não a queria trabalhando aqui, ainda mais depois da morte da sua esposa, exatamente por que poderia ter esse problema.
Ou piores, de ter pessoas da sua família achando que a minha filha ficou aqui como governanta depois da sua esposa partir, só para que a visse e assim a escolhesse como esposa, mesmo não tendo amor.
Felizmente isso não ocorreu, assim como não teve investidas de tua parte no decimim final de teu luto.
Só que ela ficou.
Ficou a pedido da minha sobrinha de casamento quando soube que poderia morrer no dia do parto de sua filha, não se faça de tolo!
Pelo que a sua esposa conversou comigo e mais ainda com a minha esposa, atendemos o seu pedido de permitir que a minha filha trabalhasse para você o tempo que precisasse para treinar de forma plena a sua substituta, para garantir que a sua casa ficasse sempre em ordem e funcional.
Ela implorou para que ficasse pelo menos 1 ano e eu com a minha esposa garantimos que seria por todo o período do seu luto, pois não seriamos nós que fariamos a sua esposa não partir com a alma em paz.
Hoje teu luto se acaba, então hoje finda o trabalho de minha filha.
Ele abraça a filha pelo ombro e tranquilo como sempre diz.
Me leve ao teu quarto. Seus pertences estão arrumados como pedi?
Sim papai.
Certeza?
Eles não atrapalharam o meu dia, como acha que sim.
Já tinha arrumado tudo há uns meses, desde que o rosedin foi tocado.
Assim teria pouca coisa para arrumar no último dia a trabalhar nessa casa.
Sábia como a sua mãe.
Vamos que seu noivo te espera, assim como a viagem para as compras finais te deu enxoval.
Surpresos, muitos fizeram reclamações que não eram entendidos.
Sua sogra, ao ver que saíam da sala na direção da ala dos empregados, disse bem alto.
Sua filha é noiva e não fala para ninguém?
Nem para mim que sou mãe de sua esposa, avó de sua filha?
Nós somos a sua família!
Ele se vira e fala bem sério.
Nós nunca fomos da mesma família, sogra, mesmo que tenha me casado com a sua filha.
Nunca nos tratou com o mesmo amor e carinho.
Nunca tratou os meus filhos com a mesma cortesia que trata seus netos que vem dos outros filhos que possui, já que não somos da mesma cultura.
A senhora deixou a sua filha de lado, desde o dia que ela decidiu aceitar o meu cortejo e a abandonou, de certa forma, quando ela decidiu se casar comigo.
Meus filhos nasceram e nunca tinha tempo para ficar ao lado de sua filha, ainda mais nas horas que as filhas mais precisam das suas mães.
Não de suas sogras.
Foi a minha mãe que foi a primeira avó que segurou a mão de cada filho que tive com a sua filha.
Foi ela que ficou ao lado de minha esposa, aliviando as suas dores do parto, quando cada filho que tive com a sua filha nasceu.
Não foi a senhora, como é o dever de toda a mãe.
Sempre viveu longe de nós!
Sempre deixou os recados de lado!
Sempre jogou fora os convites que eu sempre entreguei pessoalmente aos secretários do seu marido e a sua governanta, já que nunca tinham tempo para nos receber pessoalmente.
Até mesmo o convite da festa oficial de noivado da minha filha que ocorreu há 3 anos atrás foi entregue por minha família, como manda a tradição.
Era para a minha filha ter se casado ano passado e nós avisamos o adiamento do casamento por causa do que ocorreu na vida de meu sobrinho de casamento.
Eu avisei o adiamento do casamento para todo mundo dessa sala, informando ao mesmo tempo a data do casamento da minha filha.
Eu entreguei a mensagem pessoalmente para todo mundo, pois não é correto a minha filha se casar e deixar a casa dela com o seu marido de lado para cuidar de uma casa que não é e nunca foi dela.
Se ninguém sabe, se todos ignoram, se ninguém te falou.
Se ninguém dessa sala sabia.
É por que simplesmente a vida seguiu como o destino o fez seguir.
Nós não somos da mesma família.
Minha filha, nunca foi de fato a sua netinha, nem prima de seu primo, nem sobrinha de seus filhos.
Nós nunca fomos seus parentes de fato.
Ela era somente empregada dessa casa e como todo empregado.
Seus patrões não sabem nada o que ocorre em sua vida pessoal, a não ser que seja algo muito evidente, como uma gravidez que não tem como esconder de todos por muito tempo.
Ele faz uma meia reverencia de despedida com a cabeça falando.
Senhora, senhores.
Hora de irmos.
Nosso tempo aqui já acabou.
Ele segue a sua filha e a ajuda com os seus pertences.
Quando terminam de por tudo no carro, com o pai dela já dando as ordens para partir, ela diz.
Pai, só um instante, esqueci de entregar as chaves para a nova governanta.
Vai e entrega em paz, aproveitando para…
Ela diz junto com ele.
Passar a lista juntas para ver se não esquecemos de nada.
Pode deixar pai, eu aprendi bem essa lição.
Esta com as chaves.
Eu tive uma festa de noivado namoro dos mortos para ir de surpresa.
Aceito essas desculpas. Por hoje. Agora vá e não demore.
Ela vai e passa tudo para a nova governanta até o local secreto das cópias e como fazer mais, caso precisar.
Depois vai à sala que ainda tinha convidados e ao entrar, diz bem alto.
Tem uma coisa que esqueci de dizer ao senhor, senhor Don.
O que teria para dizer ao meu filho, mais do que já o humilhou hoje?
Eu não o humilhei.
Ele se sente humilhado!
Se ele se sente assim, a culpa é do seu filho que não soube aprender com os pais como se deve cortejar de verdade a sua mulher.
Mas isso não vem ao caso, tia.
Respondendo as perguntas que não soube me responder sobre a minha vida e meus gostos, primo.
Eu odeio ler. Detesto tanto que só lia o que precisava.
Eu sempre te vi lendo. Como assim odeia ler?
Me via lendo o tempo todo em sua casa, pois ela é enorme e cheia de detalhes para fazer.
Me via todo vez lendo os mesmos livros e cadernos, pois era a forma que eu tinha para gerenciar essa bagunça que chama de casa!
Eu amo assistir a seriados e novelas.
A novela atual não gosto, não assisto. A minha novela preferida é Cartriose.
De seriado, amo Fugion Esparlat…
As mulheres se abismaram, pois ela via seriado que era feito para homens assistirem.
Que é sobre viagens espaciais e novas civilizações, amo ver esses mundos novos que criam.
Eu sei de política, pois precisamos saber onde andamos e o caminho que vamos andar amanha para andar seguro.
Só por isso vejo as notícias, se não, usava esse tempo para fazer algo útil de verdade, como um seriado, costurar uma calça, remendar uma meia furada!
Eu odeio o seu prato preferido, detesto sexvilite.
Parece uma gosma nojenta fedida.
Eu detesto cozinhar!
Eu nunca cozinhei para você, não faz parte do meu trabalho cozinhar para as pessoas, só manter a ordem da casa e dar a ordem das refeições.
Detesto tanto cozinhar que eu vou me casar com um cozinheiro, que é perfeito para a minha vida.
Ele cozinha e eu arrumo a casa como gosto, que é completamente diferente do que faz aqui.
Eu amo modernidade, por isso em minha casa, assim como na casa de meu pai, todos os cômodos usados são limpos de forma eficiente todos os dias!
Usar a tecnologia a nosso favor faz bem na hora da limpeza, deixa a casa limpa, com cheiro maravilhoso e não preciso ficar horas jogando água pura nos tapetes para limpar.
Sabonazo com água limpa em questão de minutos a horas.
Não dias a semanas, de jogar tapete novo, lindo, fora, por causa de uma simples mancha que nunca vai sair com água pura.
Por fim.
Não gosto de cor de rosa. Gosto de tons pastéis.
Só me via vestido dessa cor, pois faz parte do meu uniforme de governanta.
A forma que me vestia, que dizia ser lindo e de bom gosto.
Eu acho ridículo e vestia assim a pedido da sua esposa.
Ela me dava às roupas a cada mudança de estação e eu usava, por ser meu uniforme.
Depois que se foi, segui recebendo as roupas da mesma loja de sempre, entregando os pedidos que ela encomendou antes de partir.
Eu amo andar na moda, moda ligada a minha cultura, sendo que sempre as roupas com as cores de tons pastéis que adoro.
Com cabelo solto e comprido sempre.
Cabelos sempre às vistas como faço agora que não trabalho mais aqui.
Só prendia e escondia a mando da sua esposa.
Você nunca me conheceu de verdade, nunca me viu como pessoa, como sua prima.
Era sempre a empregada, a governanta na sua frente.
Essa aqui que você vê agora, nem sou eu por completo, pois aqui não tenho nenhuma roupa que uso no meu dia a dia fora daqui.
Essa aqui que é na verdade uma estranha, como qualquer outro empregado que tinha e tem.
Adeus, Don.
Não vai me chamar de senhor?
Não é mais meu patrão.
É primo e primo chamo pelo nome.
Senhor se foi e só volta se isso fizer entender a distância real que tem entre nossas vidas.
Até nunca mais, eu espero.
Desde esse dia, Don nunca mais a viu.
Ele sentou no sofá e dispensou todo mundo.
Ficou magoado pelo que ocorreu nesse dia.
Se sentiu envergonhado por nunca ter aberto os convites que recebia de pessoas que nunca achava importante.
De não ter ouvido a sua falecida esposa que era para conviver mais com os parentes mais distantes.
Ainda mais a sua prima que viviam com eles.
Sem gostar do que ocorria no momento, sendo que a Rainiria feliz por finalmente poder falar, fala bem irritada.
Mas é claro que eu sei os seus gostos!
Ele apontou para ela e quando pensou em falar, Rainiria continuou a dizer o que seria o início da sua humilhação em frente a sua família.
Eu fui por mais de 4 anos a governanta da sua casa, quando a tua mulher estava viva!
Todas as partes de tua casa estavam perfeitamente arrumadas e limpas ao seu gosto, sendo que nunca foi por minha causa.
Sempre foi por causa de quem maltratou tanto, que a fez morrer de desgosto quando A SUA FILHA, NÃO FILHO!
SUA FILHA NASCEU!
Serentina me ensinou o seu gosto, ela me falou como comandar a casa para ter tudo em ordem como é de seu gosto.
Todas as partes da casa que mal ia e eu comandava livre, eu tinha tempo de deixar em ordem seguindo as normas malucas e absurdas de sua cultura!
Nossa cultura…
SUA CULTURA, NÃO COMEÇA NOVAMENTE A FALAR EM MEU NOME!
EU NÃO SOU UM OBJETO, UM BEBÊ, SOU ADULTA E SEMPRE FALEI POR MIM!
SER SUA PRIMA, SERMOS DA MESMA FAMÍLIA, NÃO NOS FAZ SER DA MESMA CULTURA!
EU SOU UMA IAMITA DE SALADIATRI, NÃO UM LASDADOR!
EU SOU TUA PRIMA, POIS TUA TIA, IRMÃ DE TUA MÃE CASOU COM O MEU PAI!
MEU PAI É IAMITA E NÓS, DIFERENTE DE VOCÊS, SABEMOS O TEMPO DE SEGUIR TRADIÇÕES DE NOSSOS ANTEPASSADOS E O TEMPO DE MUDAR.
NÓS MUDAMOS E SÓ POR ISSO QUE MEU PAI DEIXOU TRABALHAR PARA TI, POIS QUEM SERIA A MINHA PATROA ERA A SUA FALECIDA SENHORA!
NÃO O SENHOR, QUE NÃO RESPEITA AS MULHERES, SEUS SENTIMENTOS, DESEJOS, GOSTOS, PERSONALIDADE, AS TRATANDO COMO PUTAS E EMPREGADAS ESCRAVAS DE SUAS VONTADES E DESEJOS!
Por sua esposa ser a minha patroa, por ela mandar em mim, que aceitei a sua oferta de ser a sua governanta e é isso que as governantas fazem.
Aprendem o gosto dos SEUS PATRÕES e mantém a casa em ordem como os seus patrões querem.
Eu não aprendi os seus gostos, o que gosta de comer ou não, por que gosto de você e queria te conquistar para mim.
Eu passei mais de 4 anos aqui vivendo na sombra de nem se lembrar de mim, de nem saber que eu vivia aqui dia e noite, mantendo a casa em ordem.
Não me via descabelada, estressada, doente, por dois motivos.
O principal é que eu vivia nas sombras, mau me via dentro da sua casa, raro era as vezes que me encontrava quando sua esposa estava viva e mais raro ainda de me ver depois que ela se foi.
Outro motivo é que eu tinha que seguir a sua cultura para deixar tudo limpo para não ser demitida e mais ainda.
Não ser mal falada por aí, que não sei cuidar de uma casa e por isso perder um marido.
Sendo que coitada da sua esposa.
Nas partes que ela queria cuidar pessoalmente para te agradar, nada era a contento, pois o fresco, não pode ser sábio, não pode abrir exceção, não pode ser mais flexível com os dias que os cantos que mais usa pode ou não ser limpo.
O fresco não pode nem respeitar o canto da sua esposa, a forma que ela cuida de seus pertences, pois se não for como declara que é certo arrumar, tudo é sujo e desarrumado!
Não sabe nada da sua cultura por completo, não sabe nada de nada como é a vida da esposa.
Mal sabe a parte da sua cultura da vida de um homem e mais ainda de um marido.
Só sabe mesmo a parte fácil de ser homem e um solteiro mau educado que só dá ordem e não sabe que para limpar um cômodo, precisa de um dia inteiro de trabalho, pois tudo tem que ser purificado pela água!
Do teto ao chão, tudo tem que ser molhado e purificado por vários cânticos, olha aqui!
Ela tira da bolsa o livro grosso que sempre levava.
Olha aqui tudo que tenho que seguir para assegurar que o cômodo está limpo a seu contento dentro das normas malucas e completamente ultrapassado da cultura que não abre mão nem para espirrar quando te convém!
O tempo que leva para tudo que não pode ser molhado ser removido, limpo por outros caminhos para ser purificado, como secamos o cômodo e o principal.
Tudo que temos que colocar no cômodo, para que a água não saia para o corredor e não afete os cômodos do lado ou o seu precioso jardim!
O que quer que eu faça com isso?
Leia!
Foi feito por sua esposa, com carinho para que tudo ficasse em ordem!
Essa é a forma que a sua esposa tem e que nós empregados temos que seguir para ter a sua casa limpa.
Mesmo a sua esposa sabendo que iria morrer no dia do parto por tolamente não seguir as ordens médicas para descansar, ela me deu isso aqui, para garantir que até depois de sua morte, tivesse uma casa perfeita e em ordem.
Sua esposa sabia que iria morrer e por isso me deu várias cópias desse livro enorme, para ter a certeza que iria continuar a cuidar de forma certa de ti e da sua filha depois de partir!
Sobre as mentiras que fala da sua casa nunca ficar em ordem, ela sempre ficou.
Poderia não ser igual aos outros cômodos, nas partes que a sua esposa cuidava pessoalmente, pois nessas partes tinha e muito do gosto dela para se agradar do casamento ruim que tinha.
Algo que continua até hoje e não enxerga, pois veja só.
Eu não sou sua esposa, sou só governanta.
Eu não preciso ficar o tempo todo do seu lado te mimando, por isso consigo acerta a agenda para ter a casa perfeita sem você vê que algo ainda está sendo limpo.
Ter a comida perfeita na hora perfeita que quer comer, afinal, sem a Serentina em casa, com ela aqui só em espírito, eu não preciso fazer a comida que é mais do gosto dela.
Eu só sigo isso aqui, com toda a liberdade que a sua esposa precisava ter para cumprir tudo pessoalmente.
Sem ela viva, vejam só.
Tempo que preciso para acertar a sua comida e a casa ficou enorme!
3 vezes mais tempo do que dava a sua mulher, pois expulsa todas as visitas, que são sempre chatas, odiosas, estressantes que não aceitam que não tem a honra de conviver com você!
Fazia a sua esposa ficar desesperada para manter a casa limpa por entupir de visita desnecessária, festas para ir que nem era para ir, visitas para fazer a um monte de lugares sem necessidade.
Fazia de tudo para reduzir bem o tempo dela de arrumar tudo como gosta, mudando ordens de forma desesperadora por que não avisa da vinda das visitas!
Reclama da comida servida em hora errada, mas é claro!
O mimado não aceitava comer com a Serentina na mesa, ficava trancado dentro da sala de trabalho que nunca sai esperando a comida ser servida por lá e só com muita fome que ia ao local certo para comer.
Ou pior, chega perto da hora do jantar e aparece do nada cheio de convidados e fica a tua esposa e a cozinheira desesperada fazendo as refeições para poder servir todos a contento!
Eu não tive isso nesses anos que te servi com a sua esposa em espírito,
E na hora de anunciar que o jantar estava servido, veja só.
O mimado saia da mesma hora do local e comia no local certo.
Nunca pediu para servirmos na sua sala de trabalho.
Nem um dia, sempre saia da sala e ia comer na sala de jantar!
Coitada da minha prima de casamento, pois o mimado ficava fazendo escândalos, pois as amigas dela vinham aqui!
Amigas que nunca deixou entrar de forma livre nesses 2 anos sem ter a intervenção do padre.
Prega tanto as tradições que no luto nunca honrou de fato a sua esposa!
Serentina morreu, por amar você!
Ela morreu, por ser orgulhosa demais e querer seguir muito às cegas as tradições da sua família.
Ela morreu, por que queria te agradar e mostrar a todos que sempre foi a melhor esposa que poderia sonhar para a sua vida, colocando a vida dela de lado só para te ver feliz.
Ela perdeu sua FILHA, não filho.
FILHA, MENINA QUE NEM SEQUER FEZ QUESTÃO DE PEGAR NOS BRAÇOS NOS POUCOS MOMENTOS QUE FICOU VIVA…
Por que a sua esposa queria garantir que os seus sócios tivessem o melhor quando fossem te visitar em sua casa.
Visitas essas que fez questão de triplicar.
Raro era o dia que não tinha visitas aqui ou que tinham que sair para visitar alguém.
Você matou a sua esposa, em vez de mandar ela ficar descansando.
Sabia que ela iria morrer e forçou bem para que isso ocorresse, assim como tirasse o filho que tanto berrava que era e é estorvo para a sua vida, um aborrecimento sem precedente.
Ainda mais meninas, que só são estorvos e não dão a eternidade para a vida de ninguém.
Eu não sou a esposa que sempre procurou para a sua vida.
Eu nunca aceitei o que fazia com a Serentina.
Eu nunca ficaria do lado de quem me maltratasse tanto, ainda mais quando fala na minha frente que filhas são estorvos.
Eu tenho nojo de pessoas como você e só continuei a trabalhar aqui depois de ouvir essa blasfêmia pela sua sofrida esposa.
Pela Serentina.
Sua esposa é e era ela, que tanto desprezou e maltratou.
Eu não segui a sua tradição para mostrar que aceito ser sua esposa e deixar sua falecida esposa me usar para ter paz em sua alma.
Eu sou sua governanta.
Eu só segui a sua tradição que agora quer ignorar, de como segue a vida de cada empregado que a sua esposa contratou para servi-la.
Eu ainda a sirvo.
Eu teoricamente sei todos os seus gostos, o que gosta ou não, não por que te amo.
Não por que queria te conquistar e ter o mérito e honra de me casar com você.
Eu sei tudo da sua vida, por que sou empregada da Serentina.
Sei por que a sua mulher escreveu aqui, pois se não fosse isso, eu não saberia nada!
Eu segui trabalhando esses 2 anos para o senhor, a pedido da sua esposa, para que eu treinasse perfeitamente a pessoa que fosse ficar no meu lugar, pois ela queria garantir que se algo ocorresse comigo.
Alguém iria continuar a cuidar do senhor depois que acabasse o período de luto.
Essas duas senhoras que me segue para onde vou, não são criadas simples da casa como já ouvi por aí e falou hoje.
Não são empregadas que me seguem para garantir que os cantos que a sua esposa cuidava, fique perfeito como ela não fazia, para a sua mente doentia de mimada.
Essas duas senhoras são as novas governantas dessa casa que foram escolhidas pessoalmente pela sua esposa antes dela partir.
Só isso.
Eu só as treinei e continuei trabalhando aqui, por ela.
Era o que eu queria dizer o mês inteiro e ninguém deixou falar até agora.
Eu só vivi aqui por que disse sim ao padre, quando ele me perguntou se eu queria continuar a ser a governanta da Serentina ou se passava o cargo para as substitutas.
Eu só disse sim, pois prometi a sua esposa que pelo tempo do luto cuidaria dela, depois, eu iria partir.
Eu não gosto do senhor. Não teve um dia da minha vida que tenha gostado de você com qualquer sentimento bom.
Eu odeio o senhor.
Eu não gosto dessa vida que mente para todo mundo que ama, essa vida não representa em nada o que eu gosto.
O senhor não me conhece, o senhor só é meu primo que respeito até o momento por que é meu chefe.
Melhor, ex-chefe, pois eu me demito.
Hoje faz 2 anos que a sua esposa partiu.
Hoje é o dia que fica livre para seguir em frente para amar, por isso, ache quem gosta de mentir igual ao senhor, que ama essa vida.
Hoje é o dia em que poderia começar a procurar o alvo.
Não é o dia de chamar todos da sua família ignorando completamente a minha família para armar esse jantar ridículo já falando que somos noivos!
Você não gosta dessa vida?
É claro que eu não gosto.
Por que?
Eu detesto, eu odeio, pois ela é antiga, antiquada e muito parada no tempo.
Ela dá abertura para que maltrate as mulheres.
Despreza as mulheres, as rebaixa, as desvaloriza.
Não é isso que procuro para a minha vida.
Só que sempre sorriu para mim. Sempre cuidou certo de tudo do meu lar.
Nunca procurei ser a melhor e ter um sorriso lindo no meu rosto todos os dias para agradar e flertar com você.
Eu era a sua empregada, era o meu deve sempre sorrir quanto te visse, pois o senhor não tem nada haver com qualquer problema que tivesse na minha vida.
O senhor, nunca fez questão de fato de me conhecer, pois se me conhecesse.
Não iria armar essa festa, falando de nosso namoro noivado, como seu eu fosse seu par perfeito, que iria aceitar a ser galaneza para dar a você, a filha que a falecida não deu e depois sim, ter a nossa vida de casal.
Ela nessa hora tirou a touca que usava, soltou os cabelos e prendeu como gosta.
Tirou o avental de serviço e deu à nova governanta principal da casa.
Deu a ela a bolsa e o livro.
Todos viram a cena.
Rainiria respirou fundo, se virou e disse bem séria.
Eu não sou da sua família.
Nunca fui, já que meu pai nunca foi aceito pela sua família, por ele ser contra os seus costumes.
Meu pai não veio aqui por que apoia o nosso casamento.
Veio para me buscar, pois não tenho mais nenhuma obrigação de trabalhar para a sua esposa, pois já dei a ela a paz que precisava vindo da minha parte.
O pai dela, apoiando ainda a mão na bengala, por querer mostrar o tempo todo que não iria ficar no local, estende a mão para frente falando.
Desabafo encerrado.
Está na hora de irmos, filha.
Sobrinho de casamento, espero que os decimos que deve a minha filha, sejam pagos a contento e com honradez no mesmo dia que faz em todos os meses.
Foram mais de 6 anos de trabalho seguidos sem nenhum problema ou qualquer descontentamento vindo de sua falecida esposa e nem de sua parte.
Mais de 4 anos trabalhando diretamente para a tua falecida esposa.
2 anos trabalhando diretamente para você, de certa forma.
2 anos que a minha filha trabalhou acima das expectativas e mais ainda acima que o seu cargo exigia, por memória de sua prima de casamento.
2 anos que ela foi uma excelente profissional em tua casa, tão excelente que infelizmente a tua família não conseguiu ver, que a menina só fazia o seu trabalho como foi ordenado por sua falecida esposa e te fez infelizmente acreditar, que ela gostava de você.
Mais uma vez, meus pêsames pelo ocorrido em sua vida.
Fico feliz que finalmente vai seguir com a sua vida.
Só não sonhe com a minha filha, pois como ela mesma disse.
Você não a conhece e não sabe o que de fato ela quer para a sua vida.
Eu sei, tanto que sei que estou aqui para garantir que hoje ela possa ir para casa em paz já levando todos os seus pertences que tinha em sua casa.
Tio, isso que ela diz e o senhor diz é real?
Ela vai partir no dia de hoje? No dia que termina o meu luto?
Sim.
Por quê?
Eu preciso dizer mesmo o porquê?
Não conhece perfeitamente os costumes de sua vida?
Eu conheço.
Se conhecesse, nem era para perguntar por que hoje a minha filha se demitiu.
Como não conhece, eu digo.
Minha filha era para ter saído do trabalho no dia que a sua esposa se foi, mais tardar no dia seguinte de seu enterro, pois nada de acharem que ela poderia ser uma pretendente para você, sobrinho por casamento.
O senhor apoiou que ela trabalhasse para mim.
Apoiei que trabalhasse para a sua esposa. Não você.
Eu não a queria trabalhando aqui, ainda mais depois da morte da sua esposa, exatamente por que poderia ter esse problema.
Ou piores, de ter pessoas da sua família achando que a minha filha ficou aqui como governanta depois da sua esposa partir, só para que a visse e assim a escolhesse como esposa, mesmo não tendo amor.
Felizmente isso não ocorreu, assim como não teve investidas de tua parte no decimim final de teu luto.
Só que ela ficou.
Ficou a pedido da minha sobrinha de casamento quando soube que poderia morrer no dia do parto de sua filha, não se faça de tolo!
Pelo que a sua esposa conversou comigo e mais ainda com a minha esposa, atendemos o seu pedido de permitir que a minha filha trabalhasse para você o tempo que precisasse para treinar de forma plena a sua substituta, para garantir que a sua casa ficasse sempre em ordem e funcional.
Ela implorou para que ficasse pelo menos 1 ano e eu com a minha esposa garantimos que seria por todo o período do seu luto, pois não seriamos nós que fariamos a sua esposa não partir com a alma em paz.
Hoje teu luto se acaba, então hoje finda o trabalho de minha filha.
Ele abraça a filha pelo ombro e tranquilo como sempre diz.
Me leve ao teu quarto. Seus pertences estão arrumados como pedi?
Sim papai.
Certeza?
Eles não atrapalharam o meu dia, como acha que sim.
Já tinha arrumado tudo há uns meses, desde que o rosedin foi tocado.
Assim teria pouca coisa para arrumar no último dia a trabalhar nessa casa.
Sábia como a sua mãe.
Vamos que seu noivo te espera, assim como a viagem para as compras finais te deu enxoval.
Surpresos, muitos fizeram reclamações que não eram entendidos.
Sua sogra, ao ver que saíam da sala na direção da ala dos empregados, disse bem alto.
Sua filha é noiva e não fala para ninguém?
Nem para mim que sou mãe de sua esposa, avó de sua filha?
Nós somos a sua família!
Ele se vira e fala bem sério.
Nós nunca fomos da mesma família, sogra, mesmo que tenha me casado com a sua filha.
Nunca nos tratou com o mesmo amor e carinho.
Nunca tratou os meus filhos com a mesma cortesia que trata seus netos que vem dos outros filhos que possui, já que não somos da mesma cultura.
A senhora deixou a sua filha de lado, desde o dia que ela decidiu aceitar o meu cortejo e a abandonou, de certa forma, quando ela decidiu se casar comigo.
Meus filhos nasceram e nunca tinha tempo para ficar ao lado de sua filha, ainda mais nas horas que as filhas mais precisam das suas mães.
Não de suas sogras.
Foi a minha mãe que foi a primeira avó que segurou a mão de cada filho que tive com a sua filha.
Foi ela que ficou ao lado de minha esposa, aliviando as suas dores do parto, quando cada filho que tive com a sua filha nasceu.
Não foi a senhora, como é o dever de toda a mãe.
Sempre viveu longe de nós!
Sempre deixou os recados de lado!
Sempre jogou fora os convites que eu sempre entreguei pessoalmente aos secretários do seu marido e a sua governanta, já que nunca tinham tempo para nos receber pessoalmente.
Até mesmo o convite da festa oficial de noivado da minha filha que ocorreu há 3 anos atrás foi entregue por minha família, como manda a tradição.
Era para a minha filha ter se casado ano passado e nós avisamos o adiamento do casamento por causa do que ocorreu na vida de meu sobrinho de casamento.
Eu avisei o adiamento do casamento para todo mundo dessa sala, informando ao mesmo tempo a data do casamento da minha filha.
Eu entreguei a mensagem pessoalmente para todo mundo, pois não é correto a minha filha se casar e deixar a casa dela com o seu marido de lado para cuidar de uma casa que não é e nunca foi dela.
Se ninguém sabe, se todos ignoram, se ninguém te falou.
Se ninguém dessa sala sabia.
É por que simplesmente a vida seguiu como o destino o fez seguir.
Nós não somos da mesma família.
Minha filha, nunca foi de fato a sua netinha, nem prima de seu primo, nem sobrinha de seus filhos.
Nós nunca fomos seus parentes de fato.
Ela era somente empregada dessa casa e como todo empregado.
Seus patrões não sabem nada o que ocorre em sua vida pessoal, a não ser que seja algo muito evidente, como uma gravidez que não tem como esconder de todos por muito tempo.
Ele faz uma meia reverencia de despedida com a cabeça falando.
Senhora, senhores.
Hora de irmos.
Nosso tempo aqui já acabou.
Ele segue a sua filha e a ajuda com os seus pertences.
Quando terminam de por tudo no carro, com o pai dela já dando as ordens para partir, ela diz.
Pai, só um instante, esqueci de entregar as chaves para a nova governanta.
Vai e entrega em paz, aproveitando para…
Ela diz junto com ele.
Passar a lista juntas para ver se não esquecemos de nada.
Pode deixar pai, eu aprendi bem essa lição.
Esta com as chaves.
Eu tive uma festa de noivado namoro dos mortos para ir de surpresa.
Aceito essas desculpas. Por hoje. Agora vá e não demore.
Ela vai e passa tudo para a nova governanta até o local secreto das cópias e como fazer mais, caso precisar.
Depois vai à sala que ainda tinha convidados e ao entrar, diz bem alto.
Tem uma coisa que esqueci de dizer ao senhor, senhor Don.
O que teria para dizer ao meu filho, mais do que já o humilhou hoje?
Eu não o humilhei.
Ele se sente humilhado!
Se ele se sente assim, a culpa é do seu filho que não soube aprender com os pais como se deve cortejar de verdade a sua mulher.
Mas isso não vem ao caso, tia.
Respondendo as perguntas que não soube me responder sobre a minha vida e meus gostos, primo.
Eu odeio ler. Detesto tanto que só lia o que precisava.
Eu sempre te vi lendo. Como assim odeia ler?
Me via lendo o tempo todo em sua casa, pois ela é enorme e cheia de detalhes para fazer.
Me via todo vez lendo os mesmos livros e cadernos, pois era a forma que eu tinha para gerenciar essa bagunça que chama de casa!
Eu amo assistir a seriados e novelas.
A novela atual não gosto, não assisto. A minha novela preferida é Cartriose.
De seriado, amo Fugion Esparlat…
As mulheres se abismaram, pois ela via seriado que era feito para homens assistirem.
Que é sobre viagens espaciais e novas civilizações, amo ver esses mundos novos que criam.
Eu sei de política, pois precisamos saber onde andamos e o caminho que vamos andar amanha para andar seguro.
Só por isso vejo as notícias, se não, usava esse tempo para fazer algo útil de verdade, como um seriado, costurar uma calça, remendar uma meia furada!
Eu odeio o seu prato preferido, detesto sexvilite.
Parece uma gosma nojenta fedida.
Eu detesto cozinhar!
Eu nunca cozinhei para você, não faz parte do meu trabalho cozinhar para as pessoas, só manter a ordem da casa e dar a ordem das refeições.
Detesto tanto cozinhar que eu vou me casar com um cozinheiro, que é perfeito para a minha vida.
Ele cozinha e eu arrumo a casa como gosto, que é completamente diferente do que faz aqui.
Eu amo modernidade, por isso em minha casa, assim como na casa de meu pai, todos os cômodos usados são limpos de forma eficiente todos os dias!
Usar a tecnologia a nosso favor faz bem na hora da limpeza, deixa a casa limpa, com cheiro maravilhoso e não preciso ficar horas jogando água pura nos tapetes para limpar.
Sabonazo com água limpa em questão de minutos a horas.
Não dias a semanas, de jogar tapete novo, lindo, fora, por causa de uma simples mancha que nunca vai sair com água pura.
Por fim.
Não gosto de cor de rosa. Gosto de tons pastéis.
Só me via vestido dessa cor, pois faz parte do meu uniforme de governanta.
A forma que me vestia, que dizia ser lindo e de bom gosto.
Eu acho ridículo e vestia assim a pedido da sua esposa.
Ela me dava às roupas a cada mudança de estação e eu usava, por ser meu uniforme.
Depois que se foi, segui recebendo as roupas da mesma loja de sempre, entregando os pedidos que ela encomendou antes de partir.
Eu amo andar na moda, moda ligada a minha cultura, sendo que sempre as roupas com as cores de tons pastéis que adoro.
Com cabelo solto e comprido sempre.
Cabelos sempre às vistas como faço agora que não trabalho mais aqui.
Só prendia e escondia a mando da sua esposa.
Você nunca me conheceu de verdade, nunca me viu como pessoa, como sua prima.
Era sempre a empregada, a governanta na sua frente.
Essa aqui que você vê agora, nem sou eu por completo, pois aqui não tenho nenhuma roupa que uso no meu dia a dia fora daqui.
Essa aqui que é na verdade uma estranha, como qualquer outro empregado que tinha e tem.
Adeus, Don.
Não vai me chamar de senhor?
Não é mais meu patrão.
É primo e primo chamo pelo nome.
Senhor se foi e só volta se isso fizer entender a distância real que tem entre nossas vidas.
Até nunca mais, eu espero.
Desde esse dia, Don nunca mais a viu.
Ele sentou no sofá e dispensou todo mundo.
Ficou magoado pelo que ocorreu nesse dia.
Se sentiu envergonhado por nunca ter aberto os convites que recebia de pessoas que nunca achava importante.
De não ter ouvido a sua falecida esposa que era para conviver mais com os parentes mais distantes.
Ainda mais a sua prima que viviam com eles.
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