Mudanças Radicais - Lista de livros da coletânea

Bem vindo a apresentação de um grande universo que estou escrevendo há muitos anos. Um mundo diferente, com histórias comoventes, impactante...

segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Don & Serentina - Capítulo 12 - Se tornando um desleio

Dias se passaram desde que saiu do luto e por isso voltou ao quarto que usava com a sua esposa.
Abriu e viu tudo limpo, arrumado, como nunca tinha visto antes por nunca querer ficar direito no local.
Olhou a cama, com os lençóis arrumados e do lado dela, estava vazio e só tinha um baú com as roupas da filha que se negou a pegar em seus braços, por culpá-la pela morte de sua esposa.
 
Filha que nunca aceitou como filha em sua vida, que renegou no dia de seu nascimento e deixou a sorte do destino, que fez com que ela morresse sem nenhum cuidado médico.
 
Com raiva pegou o baú e tacou na direção da janela, que se quebrou pelo impacto.
A nova governanta ouvindo o barulho, foi logo ver o que tinha acontecido.
Correndo ela foi começar a catar as roupas que saíram do baú, entoando os cânticos.
Com raiva Don disse.
 
Deixa isso de lado, mulher!
 
Ela o olha sorrindo e diz.
 
Nessas horas, o senhor não manda em mim.
Quem manda é a sua mulher.
 
Ela não está aqui! Por isso, faça o que ordenei!
 
Sua esposa está aqui.
Ainda não se casou novamente, ainda não teve um filho em espírito com ela.
Então ela manda aqui.
 
A governanta se levanta e dá a ele o livro de ordens.
Volta ao local falando sorrindo em sua frente, mas séria quando sabia que ele não a vida.
 
Para o seu coração, a menina pode não ser a sua filha.
Sendo que a menina é sua filha para a sua esposa.
Até a sua esposa voltar em espírito para a sua vida, esse baú fica no quarto, no canto destinado a sua esposa.
São as ordens dela.
Se o senhor não gosta.
Discute com ela, quando ela voltar em espírito.
 
Ele olha o livro e deixa no canto falando.
 
Não tem medo que eu jogue o livro fora, para ficar sem saber o que fazer?
 
Eu tenho cópias. Sua esposa te conhece e sabe como é teimoso.
 
Eu posso mandar meus lacaios destruir tudo.
 
Ela se levanta do local e fala bem sério, como nenhum empregado falou com ele antes.
 
Então faça.
Faça que eu e todos os empregados vamos embora dessa casa no mesmo dia, por mostrar que não ama a sua esposa e nem quer a sua volta em espírito para dar paz a ela, pelo fato de não ter te dado um filho.
 
Faça e seja um desleio.
Mostre a todos que não aceita as tradições que não morrem e mantém nosso povo vivo.
Mostre a todos que a sua sogra está certa com o que ela disse no dia do enterro da sua esposa.
Mostre a todos que nunca amou a sua esposa e só a usava como uma governanta e puta, para dizer que é casado, por isso vivia reclamando para todos que nada estava ao seu gosto, ao seu contento, mesmo todos vendo que a casa é linda e perfeita.
Faça isso mesmo e mostre que foi covarde com ela, que quis forçar a anulação do casamento jogando todas as culpas na sua esposa, por que queria ficar com a governanta!
 
Que eu vou espalhar mais do que já fazia, que a Rainiria nunca olhou para você e sempre foi noiva de outro rapaz. Eu vou espalhar que viveu desprezando esse sentimento e fato da vida de sua prima!
Esfregar bem que te seu sogros reclamaram e falaram aos ventos que foi desonrado de olhar uma mulher comprometida.
Vou mesmo dizer o que eles falaram isso no dia do enterro de sua esposa!
Que com a cama quente com ela do seu lado, você já traia a senhora Serentina e tramava para tirá-la da sua vida e colocar a sua empregada no lugar dela!
 
E ainda vou falar que armava para impor a vida da sua governanta a vida de governanta puta que finge para todos que é esposa, igual impôs a vida de tua mulher!
 
Faça e siga a sua vida com a consciência que tem e depois se resolva com os Deuses.
Já não é mais viúvo enlutado, segue como quiser a sua vida e se resolva com os Deuses.
Então, o que eu faço?
Sigo o meu trabalho como de ser ou vai mandar destruir tudo o que a sua esposa mandou seguirmos?
 
Por que vão embora se sigo a minha vida com ela na casa dos Deuses?
 
Por que somos empregados dela.
Não do senhor.
Destruir os livros é ela partir de forma definitiva.
É tirar da sua vida tudo que representa ela, inclusive nós.
É o que deve ocorrer no dia que nascer a sua filha do espírito com a sua esposa.
Ela nasce, sua esposa em espírito se vai para sempre e todos nós vamos embora, onde somos substituídos pelos empregados que a sua nova esposa escolher, pois ela vai estar livre para viver a sua vida sem o espírito da sua falecida esposa comandando a casa, a sua vida e corpo.
 
Não pode trabalhar para mim, seguindo só o que eu vou marcar nesse livro?
Eu não quero mais saber desse baú aqui!
De nada que lembre a Serentina nessa casa!
 
Não senhor, não vou poder fazer.
 
Ninguém?
 
O senhor vai ser um homem viúvo completamente solteiro se jogar esse livro fora.
Eu sou uma viúva solteira que pode trabalhar para o senhor, enquanto for casado em espírito com a sua esposa.
Sendo que não quando for solteiro, pois nem eu e nem nenhuma mulher quer ser mal falada por viver na mesma casa de um homem completamente solteiro.
 
E a outra que era treinada como governanta?
Ela pode ficar no seu lugar?
 
Ela poderia. Só não sei se iria querer ficar.
 
Por quê?
 
Se fosse eu, não ficaria trabalhando para quem não quer dar paz para a vida de quem diz que um dia amou.
Se não honra a sua esposa, muito menos vai me respeitar e honrar.
Só vai ser um desleio.
 
Ela volta a arrumar as roupas.
Ele com ódio em seu coração, se sentindo ainda humilhado pelo que ocorreu há uns dias, solta a sua fúria, tacando um vaso na parede perto de onde a Rosandi estava arrumando as roupas da menina sem nome.
Taca falando que não queria mais nada da Serentina em sua casa.
Nada, ainda mais a menina que ele sempre culpava por sua morte.
 
Rosandi deixa no chão as roupas e diz bem sério.
 
Se for assim que o senhor deseja, não há nada que se possa fazer.
Por favor, me acompanhe a ala da criadagem de sua esposa.
Assim vai ter o que deseja.
 
Ele a segue e na ala dos criados Rosandi convoca todo mundo.
Ela coloca uma roupinha que tinha no seu bolso na mesa e diz com pesar em sua voz.
 
O senhor dessa casa não aceita mais que ela seja comandada por sua esposa em espírito.
Ele não quer mais nenhuma lembrança dela e da pobre menina que partiu no dia que veio viver entre nós.
 
O senhor Don resolveu ser um desleio, não dando paz a santa alma da mulher que tanto o amou, que tanto se dedicou ao seu casamento que acabou morrendo por querer seu marido feliz a todo custo, acima até mesmo de sua saúde.
 
Ela coloca o avental de governanta na mesa, junto com as chaves de casa e com um pequeno caderno que tirou do bolso.
 
Eu e todos os empregados de sua esposa, estamos oficialmente demitidos por ela, já que o senhor não a quer mais comandando a sua casa.
Por favor, passe as chaves, o caderninho e o avental para a próxima governanta de sua casa.
Por favor.
Avise a sua mãe, que eu e ninguém que é solteiro vamos seguir no trabalho por uma semana, para dar tempo a ela de recompor a criadagem, já que o senhor resolveu ser completamente solteiro.
 
Eu trabalho para o senhor há mais de 6 anos e em nenhum dia desagradei a sua falecida esposa e nem ao senhor.
Espero que os meus décimos devidos sejam pagos no mesmo dia de sempre, senhor Don.
Que os Deuses consigam dar à sua falecida esposa a paz que o senhor não quis dar.
Assim eu me despeço.
 
Rosandi, por favor, antes de ir.
Os livros feitos pela minha falecida esposa.
Quero todos eles.
 
Está anotando no caderno que coloquei na mesa onde eles estão e onde é feito as cópias.
Agora vou retirar as minhas coisas.
Até nunca mais, eu espero.
 
Cada empregada que era solteira, deixou seus marcos na mesa, falando ao Don o seu tempo de trabalho, se teve ou não faltas e que esperava receber o que era devido no tempo certo.
Elas, assim como a Rosandi, saíram do local sem olhar para trás, desejando em seus corações nunca mais se encontrar com ele.
 
Depois começou a sair às outras empregadas, a maioria saiu de forma educada como a Rosandi, alegando que o tempo de serviço à esposa dele acabou, sendo que avisando que não ficaria uma semana, pois não iriam ser mal vistas por trabalhar por um desleio.
Outras empregadas foram embora cuspindo no chão na sua direção, rogando pragas para a sua vida, por ser um homem cruel com quem sempre o quis muito bem.
Pasmo ele viu a ala da criadagem que pertencia a sua esposa ficar completamente vazia, só por que não queria mais ouvir dela em nenhum momento da sua vida.
 
Preocupado por não ter mais nenhum empregado na sua casa, nem uma governanta, ligou desesperado para a sua mãe.
Ela foi com suas empregadas para a casa dele, achando que tinha ocorrido algum mal entendido entre seu filho e as empregadas.
Ela ao chegar a sua casa, ouviu seus lamentos.
 
Segurava a sua mão e ia se afastando conforme ouvia seus relatos.
Ao terminar com raiva e repúdio no olhar, ela disse.
 
Como pode ser um homem tão baixo assim com a sua falecida esposa?
 
Ela é uma ingrata, que quer que eu engula na minha casa uma pessoa podre, que foi capaz de assassinar quem deu a vida!
 
Sua mãe deu um tapa no rosto, algo que nunca tinha feito em sua vida com seu filho.
Indignada, ela diz.
 
A menina que nunca quis dar um nome e sofre até hoje por não saber quem é, precisa voltar, precisa nascer e ter uma vida!
Sua esposa precisa de paz, pois ela partiu sem te dar um herdeiro!
Ela fez tudo que pedia, renegou a sua vida para dar um lar.
Um lar digno, um lar perfeito e nega a ela a paz, só por que não quer que uma doce e inocente criança seja a sua filha?
 
ELA NÃO É MINHA FILHA! ELA MATOU A MINHA ESPOSA E A VAGABUNDA ME DEIXA AQUI SOZINHO, SEM HERDEIROS, SEM NADA!
 
Sua mãe alterada e se levantando para ir embora diz.
 
ELA É A SUA FILHA!
CRIANÇAS NÃO TEM O PODER DE MATAR OS SEUS PAIS, AINDA MAIS BEBEZINHOS QUE PRECISA DE NÓS PARA TUDO NESSA VIDA, ATÉ PARA LIMPAR A BUNDA AO SE CAGAR!
PARA DE OUVIR OS IDIOTAS DOS SEUS TAIS AMIGOS DE NEGÓCIO, QUE NÃO SABE NADA DA VIDA, NADA DE COMO UMA PESSOA SE DESENVOLVE, NADA DE COMO DE FATO É A VIDA DE UMA CRIANÇA, POR VIVER SENTADO ATRÁS DA MESA DE TRABALHO, VIVENDO COMO SE MAIS NADA EXISTISSE A NÃO SER A SUA MISERÁVEL VIDA!
 
Não é assim que nós vivemos. 
Não é essa a nossa tradição, que só lembra de seguir, quando te convém.
Infelizmente eu fui muito frouxa em tua educação quando era mais novo, seguindo de forma errada os pedidos de seu pai, por causa do acidente que ocorreu em sua vida e o deixou meio manco da sua perna direita.
 
Sendo que não vou mais ser frouxa agora.
Não te ensinei quando era menor da forma que fiz com teus irmãos, vou te ensinar agora que é adulto.
 
Nenhum filho é mal educado comigo.
Não grita comigo e nem fica culpando meus netinhos bebezinhos pela morte de suas mães.
Ia tentar armar com as minhas empregadas e seu pai para esconder que todos os empregados da sua esposa foram embora.
Ia fingir que você por não saber como se portar como solteiro viúvo com esposa em espírito, acabou agindo com algo errado com as empregadas e isso deu um infeliz mal entendido, onde iria usar a minha influência para pelo menos fazer voltar às empregadas casadas.
 
Como quer ser um verdadeiro desleio e um imoral, colocando as suas culpas da morte da sua esposa em cima da sua filha.
Vai viver como um desleio.
 
Já que sabe tanto da nossa cultura e vive tanto dentro dela.
Sabe tudo de como uma casa é arrumada, ache você às empregadas, ache você à nova governanta e as treine e ensine como a tua casa deve ser arrumada e a sua comida deve ser servida.
 
Mãe, eu tenho reuniões amanha.
 
Eu não tenho nada haver com isso.
Decidiu expulsar de forma covarde tudo que cutuca as suas culpas, isso é o que encontra no final do caminho que decidiu andar.
 
Eu tenho o direito de tirar da minha casa tudo que não gosto e mais ainda o que odeio!
 
De fato, tem esse direito.
Sendo que a sua filha não é um objeto que se pega e joga fora.
 
Mãe, ela…
 
NEM COMEÇA!
 
Sua esposa não é uma desonrada.
Nem uma santa que teve filho vindo dos Deuses.
A criança não nasceu magicamente no ventre da sua esposa, ela precisou que alguém colocasse por lá.
Alguém que é o pai, isto é, você.
Sua esposa tinha que cuidar mais da saúde dela.
Por não cuidar, ela se foi.
Não foi a sua filha que matou a sua esposa.
A sua esposa que se descuidou e muito para te agradar de uma forma muito errada.
Ela se matou e como consequência, ela foi um dos culpados de matar a filha do casal, a fazendo nascer muito prematura.
 
Um dos culpados?
 
Sim. 
Ela é culpada por não se cuidar e como consequência, cuidar de sua filha.
Sendo que o maior culpado é você, que não a obrigou como marido a seguir de forma plena as ordens médicas e por deixar a sua filha largada de lado ao nascer, negando a ela os serviços médicos.
 
Por isso seus sogros te odeiam e fofocam para todos que queria se livrar da filha deles para ficar com a governanta, pois você não só matou a filha deles.
Matou a neta deles também.
 
Ela abrindo os braços mostrando a sala vazia de empregados diz.
 
Agora com a casa vazia, expulsando todo mundo de forma errada, em vez de seguir as tradições e o seu caminho de redenção por seus pecados, para mostrar a todos que seus sogros não estão errados no que diz.
Só deu mais razão ainda a eles sobre o que dizem sobre a tua vida!
Ainda mais com o que me pediu para fazer a uns dias atrás, de armar o seu próximo noivado com a sua prima que pelo menos você deveria saber que a menina já é noiva!
 
Eu? Fala de mim, é tia dela e não sabia!
 
Eu não saber, é um erro meu e menor.
Mas você é o chefe dela.
Ela fez uma festa de noivado oficial, estava vendo os preparativos para o casamento.
Como chefe dela, deve ter notado os dias de folga especial que a garota teve para os preparativos de seu noivado e mais ainda o casamento que ocorre daqui a 3 meses!
 
Como sabe?
 
Eu fui olhar por aí sobre as fofocas da nossa família por conta do que ocorreu há uns dias.
Com isso descobri que ela adiou o casamento para casar no melhor dos presságios, em um lindo dia primaveril, para ter todas as sortes de dar logo um filho para o teu noivo.
Eu fiz o que era que deveria ter feito, para saber como anda a tua imagem por aí, para saber aonde vai poder encontrar a tua próxima esposa.
Agora com o que fez…
 
Ela suspira fundo falando a despedida.
 
Eu nem sei quando é que vou ter um neto vindo de você.
E se eu vou ter a alegria de ter um neto vindo de você, pois nenhuma solteira ou viúva que se preze vai querer se casar com quem não respeita a sua esposa, nem na morte.
Adeus filho, espero que tenha sorte e que os Deuses achem um caminho para te iluminar nessa infeliz nova fase que entrou em sua vida…
 
Ela saiu da casa do Don falando para si mesma.
 
Lamentável, lamentável as escolhas que ele fez para a sua vida.
Lamentável.
 
Don simplesmente se jogou no sofá e ficou pensativo por um tempo.
Com tudo que sentia e queria fazer, decidiu seguir a vida como tinha decido a longos meses.
Chamou o seu secretário na mesma hora.
Ele foi atende lo pessoalmente e ao notar a falta de empregadas pela casa, perguntou seriamente.
 
O que ocorreu?
 
As empregadas não estavam trabalhando a contento.
 
Senhor?
 
Depois que a minha prima saiu, não ficou mais arrumado como antes.
Nem a comida está ao meu gosto.
Minha prima poderia odiar a minha comida preferida.
Sendo que ela sempre mandava fazer e sempre garantia que o prato ficasse perfeito para que eu pudesse apreciar com gosto.
 
Compreendo.
Algo que quer que eu faça?
 
Ele olha o caderno e diz.
 
Leia. 
Vai falar de uns livros que a governanta tem acesso para saber como cuidar da minha casa.
Pega e destrói tudo e se tiver ordem de cópia em alguma gráfica, cancele.
Assim como cancelar toda e qualquer compra de roupa para as empregadas, não faz mais sentido serem feitas como está descrito aí.
 
Senhor?
Mas são as ordens da sua esposa em espírito.
Faça o que estou ordenando.
Aquela ingrata não sabe como cuidar da minha casa, nunca soube.
Minha prima, coitada, ela se virava sozinha e aprendeu sozinha como cuidar da casa da forma que eu mais amo.
Ela cuidava de tudo como eu sempre pedi e com misericórdia da alma daquela infeliz, mentiu para todos, dizendo que só seguia os livros.
Tanto que ela saiu e muita coisa ficou em meu desagrado, por isso demiti todo mundo.
Quero empregadas novas sem os vícios que tinham por causa da minha falecida esposa.
Vícios que eram removidos pela minha prima que não pode mais trabalhar para mim, já que vai se casar.
 
Compreendo.
Como vai ficar a casa até termos novos empregados?
E os convidados que vem amanhã para cá?
 
Diz que a casa está em reforma e remarque a reunião para o hotel que eu gosto de ir.
Vamos todos ficar por lá até eu ter cabeça para reorganizar a minha vida.
Mande o meu lacaio arrumar as minhas malas, fala que é por um longo tempo, meses de viagem.
Faça tudo isso depois de destruir todos os livros que mandei.
 
Sim senhor.
E o pagamento dos empregados? O que eu faço? Desconto por mau trabalho?
 
Não. 
Pague a mais pelos anos de serviço e se tiveram qualquer desconto em sua vida por causa da minha esposa, devolva os descontos com pedidos de desculpa, pois ela não sabe de fato comandar uma casa.
E me passe todos os descontos que foi por minha causa, pois podem ser que eu devolva também como pedido de desculpas, pelo fato de só agora eu ver que o erro não foi do empregado.
Sendo que foi dela.
Faça tudo isso depois de ver a minha estadia no hotel e avisar aos convidados a mudança do local de estadia.
 Faça com urgência, pois quero pagar tudo que devo no mesmo dia que sempre paguei todo mundo.
 
Sim senhor. Irei providenciar tudo como solicitado.
 
Ah, Nolador, só mais um pedido.
 
O que seria senhor Don?
 
Pede ao meu lacaio para tirar o baú de roupas de bebê do meu quarto, junto com as roupas e doar tudo para o orfanato mais humilde da cidade.
 
O baú é da sua criança…
 
Que não está aqui. 
Quando ela voltar e se voltar, quero comprar tudo novo com as bênçãos dos Deuses.
Não sinto que seja uma boa ideia usar algo que traga más lembranças a minha vida.
 
Sim senhor.
Ele se foi e cumpriu tudo o que foi pedido.
Don passou meses no hotel, pensando no que fazer na vida.
Contratou um bom arquiteto e remodelou a casa ao seu gosto, tirando qualquer coisa que lembrasse a vida que teve com a Serentina.
Quando voltou, veio com uma criadagem completamente nova, todas escolhidas do mesmo país que veio seus empregados.
Ninguém saberia de fato como é a sua cultura e isso facilitaria ter a vida em paz, sem ninguém ficar questionando as suas ordens.
 
Ao ir ao seu quarto, notou que a sua cama tinha o maldito livro que mandou jogar fora.
Pegou e foi questionar o seu secretário.
Ele olhou surpreso para o livro e disse que destruiu todos que tinha no cofre da governanta.
Perguntou onde foi que achou.
Quando Don foi lhe responder, riu falando.
 
Essa é a cópia que a minha prima tinha em sua mão.
Por isso não tinha como saber que estava em meu quarto e os empreiteiros deixaram por lá depois da obra, exatamente onde acharam.
 
Quer que eu jogue fora?
 
Não. Eu vou ler e usar para dar a nova governanta.
Criar algo novo, pois esse aqui, eu aposto que tem anotações da minha prima sobre o que é de fato o meu gosto e assim, não vou ter  uma governanta demorando semanas a meses para saber como limpar tudo dessa casa.
Só eu dar a cópia melhorada desse livro.
 
Compreendo senhor.
Mais alguma coisa que queria falar comigo?
 
Não obrigado. Era só isso que queria mesmo e já resolvi.
Segue o seu trabalho.
 
Sim senhor.
 
Dias, meses se passaram, até que Don se casou com alguém da sua religião, mas que não era de onde vivia, era uma estrangeira.
Não tinha uma vida feliz, pois a nova esposa, diferente da Serentina, não seguia plenamente os costumes e mudava a casa para ter de forma correta o gosto do casal, não só o gosto do Don.
De saco cheio, resolveu tomar as rédeas e assim finalmente recriar o livro da governanta.

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