Mudanças Radicais - Lista de livros da coletânea

Bem vindo a apresentação de um grande universo que estou escrevendo há muitos anos. Um mundo diferente, com histórias comoventes, impactante...

sábado, 5 de agosto de 2023

Don & Serentina - Capítulo 3 - A vida de Serentina e Don Lasdador

 A vida de Serentina e Don Lasdador


Um disclaimer da história.

Tudo de cultura, aparência, forma de vestir, falar, vai ser pelo que vi nos lugares que ouvi essa história.

Algumas formas de como os personagens se portaram, eu vou usar a minha imaginação para descrever.

Até uns diálogos tem meus dedos, para ficar melhor a narrativa sobre o que ocorreu.

Vai ser um misto do que ouvi e o que acho que ocorreu, para a deixar melhor de ser ouvida ou lida.

 

Não vamos começar a contar a história em um dia feliz.

Era um dia triste, muito triste para uma família.

A família da Serentina.

Seu sobrenome é desconhecido, por isso, vou a chamar de Serentina Buldesco Lasdador.

 

Infelizmente por causa de circunstâncias que logo iria saber, hoje é o dia da parte final do funeral de Serentina.

Uma jovem e bonita mulher. Muito jovem mesmo, morreu com seus pacatos 22 anos.

 

Sua aparência exata, eu não saberia dizer.

Sei que é uma mulher de altura mediana, deveria ter 1,50, não passando de 1,60.

Era morena, isso é fato. Morena bem clara, de cabelos pretos e lisos.

Olhos, a cor eu acredito que seja azul, pois o “meu Don”, sempre se focava em um tipo de mulher que passava pela janela do bar.

Como a maioria tem olhos azuis, julgo que a Serentina tinha esses olhos.

Tinha um corpo comum, como qualquer outra mulher, nada de especial ou chamativo.

 

Sendo que um item é certo.

Era uma mulher bonita e se vestia sempre de forma muito elegante. 

Pelo menos era bonita de rosto, pois onde moravam, era costume as mulheres de sua cultura só deixar o rosto à mostra e não usavam maquiagem.

Não pintavam as unhas e nem seus cabelos, tudo sempre era natural.

Não cobriam completamente o corpo, mostravam os pés, as mãos, umas até uma parte do braço abaixo do cotovelo. Usavam toucas para cobrir seus cabelos ou chapéus com pequenos véus neles, que usavam para espantar os insetos quando cobriam seus rostos ou para amarrar os chapéus em seus queixos.

 

Assim como elas, os homens também se mantêm cobertos, de até usarem chapéus e narli (uma espécie de turbante ou touca masculina) para cobrir seus cabelos.

Diferente das mulheres, eles não usavam véus para cobrir seu rosto por causa dos insetos.

E os que usavam barbas bem grossas e enormes, às vezes as enfeitavam com tranças e joias.

Era raro, mas faziam isso em dias especiais, como casamento, aniversário ou em comemoração especial para a sua vida.

Não sei dizer que incluía datas de festejos para seus Deuses, mas acredito que faziam isso até nesses dias.

 

Sobre o Don, vou descrever a aparência da pessoa que acho que é o Don.

Ele é baixo, tem entre 1,66 e 1,69 de altura.

Era sim maior que a sua esposa.

De pele branca, com dentes perfeitos e olhos azuis esverdeados.

Nariz fino, de corpo comum como de qualquer homem que é magro e sempre usava barba que sempre era bem feita e aparada, nunca passando de 4 ou 5 dedos abaixo do queixo.

Nariz bem proeminente, não era chamativo, sendo que era vistoso.

Usava sempre cabelos longos, presos com rabo de cavalo, coque ou trança.

Geralmente os usava trançado e os enrolava bem quando colocava o seu chapéu.

 

Era costume de todos usarem calças, não tinha no local o conceito de saias e bermudas.

Só calças, blusas, capas e casacos.

Usavam colares, mas não pulseiras.

Usavam anéis, sendo que era mais para mostrar que eram comprometidos.

Usavam sapatos ou botinas.

Não usavam chinelos, sapatilhas, sandálias, nada disso no seu dia a dia.

 

Essa era a sua aparência e a forma que as pessoas da sua cultura se vestiam no seu dia a dia.

 

Don era um homem triste no dia que começo a contar a história da Serentina e dele.

Em sua última primavera, morreu sua esposa e sua filha.

Era um homem rico, de uma vila rica, de uma família próspera.

Era uma família comum, não era poderosa, só rica como qualquer outra do local em que moravam.

Era um homem de uma família tradicional e apesar de não gostar muito de certos pontos de sua cultura, sempre a seguiu com afinco, pois se ela existe.

Ela deve ser cumprida.

 

Estava no quarto terminando de se arrumar para ir ao enterro de sua esposa e filha.

Já tinha passado o tempo de serestia e os mortos não voltariam mais.

Já se foi decidido sobre como seria a vida de luto e viuvez, os Deuses já julgaram e hoje seria dito as suas vontades.

 

Estava no quarto, olhando a cama vazia com as roupas de sua filha, que as empregadas recolhiam e colocavam em luto no baú onde estavam até o dia que nasceu.

Ele olhava e pensava em sua vida, o que passara.

Pensava no que queria quando se casou e o que colheu.

Era para ele estar muito triste, era para ter passado mais dias rezando e orando para que os Deuses a trouxessem novamente para a sua vida, sendo que não fez nada disso.

De certa forma não a queria novamente em sua vida.

Ele de certa forma ficou aliado pelo que aconteceu, pois estava livre para finalmente ter uma esposa perfeita para a sua vida, uma realmente digna de o chamar de marido e de lhe dar seus filhos.

Pegou a sua bengala que de fato usava por ser meio manco e seguiu pensando nos seus 4 últimos anos de vida ao lado de Serentina.

 

Ele pensava em tudo da vida.

Ainda mais o dia que começou a sua vida com a Serentina.
O dia que voltaram da consumação sacramental.

Foi uma boa viagem, pelo menos para ele.

Sua esposa não estava tão contente assim, afinal, ela ainda não tinha um herdeiro em seu ventre.

Seu marido não a procurou com afinco, como se afastasse por não querer ainda ser pai.

 

Em sua nova vida e casa, ela finalmente compreendeu como a casa era enorme e vazia.

Daria muito trabalho para ser limpa e organizada.

Com as cópias dos livros da governanta que a sua sogra e mãe lhe deram para ela mudar ao gosto do casal, ela andava pela casa, indo à sala de trabalho de seu marido, pois dia 1 de casal, só tinha um objetivo.

Contratar a criadagem e acertar tudo que o casal precisa para a sua casa.

 

Ela foi ao seu escritório e entrou sem pedir licença.

Ele levantou a cabeça ao perceber que ela estava no local e falou bem sério.

 

Não deveria entrar se eu não permitir.

Estou trabalhando.

 

Ela sorri e diz.

 

Não sou mais a sua noiva para esperar que permita entrar ou não onde esteja.

Já conversamos isso durante o sacramento.

 

Eu não gosto disso.

 

Vai ficar não gostando, pois assim como não gosta disso, eu não gosto dessa enorme casa sem sentido em nossas vidas.

 

Eu gosto dela enorme assim.

 

Eu não gosto de morar em um local que vai dar trabalho para limpar cantos que nunca vão ser usados.

 

Todos os cantos vão ser usados.

 

Se vão ser…

 

Ela coloca os livros na mesa dele e da bolsa que carregava pega o bloco de anotações falando.

 

Tenho que saber em que ocasião, para ter a certeza que vai estar limpo quando forem usar.

Assim como tenho que ver o que vamos mudar nessa casa, para ter a minha decoração…

 

Nada vai ser mudado! Já está tudo perfeito para a minha vida!

 

Perfeito para o seu gosto. 

Perfeito para a sua vida de solteiro!

Sendo que agora é um homem casado, como seus pais falaram na despedida.

Sejam felizes, sejam sábios e voltem para o seu lar com um herdeiro no ventre e as compras da casa resolvida, pois o padre vai abençoar a nossa casa no final da primeira semana do casal.

 

Não tenho um filho no ventre e nem fizemos as compras, pois me disse que não gostou de nada do local que fomos nos conhecer como casal.

Agora tenho menos de 4 dias para fazer as compras, por isso, vamos conversar.

 

Eu estou trabalhando, à noite conversamos.

 

A conversa do casal foi longa, pois Serentina resolveu logo o problema do dia um, seguindo a recomendação da sogra de já a chamar para a ajudar com o teimoso filho que ela possui.

Com muito contragosto, ele deu o dinheiro para as compras para decorar a casa como manda a tradição e escutou silenciosamente as broncas vindas até do pai dele, sobre o que ensinou sobre o papel do marido e da esposa em seu lar.

 

Chateado e com raiva por ver a casa “perfeita” estragada pelo que a esposa mudou sem ele querer consentir, ficou trancado durante toda a semana em seu escritório, com o motivo de estar “trabalhando”.

Sua esposa chateada por que a noite ele não queria saber de cumprir seus deveres de marido, ela foi anotando no seu bloquinho o que iria dar ao padre sobre o que tinha de errado no seu casamento e o marido não queria a ouvir, como manda as tradições.

 

No dia que ele foi ao local, Serentina se sentia humilhada.

Sozinha e sem o marido dando o que ela tanto pediu para poder contratar a criadagem, ela sendo sábia, já cumprimentou o padre antes de seu marido dizendo.

 

Me perdoe se a minha casa não está à altura de sua presença.

Sendo que o meu marido ainda não começou a andar na nova vida, achando que ainda é um homem solteiro e um que é obrigado a dormir com a irmã do lado dele.

Uma irmã que é obrigada a pedir ajuda aos pais para o irmão entender que não é irmão e eles estão infelizmente falhando.

 

Ela entrega o papel e o Padre Sentinrino o olha com reprovação por causa do que escutou vindo de sua esposa, com ela falando antes do marido dar as boas vindas.

 

Ele pega com raiva o papel, puxa com rapidez e olha por cima.

Com olhar de que não gostou nada do pouco que leu, disse.

 

Eu não caso irmãos. Caso marido e esposa!

Eu queria ouvir de sua parte, que a sua esposa por ainda está muito envergonhada de ficar sem as suas vestes na sua presença, o fez parecer ter uma irmã do que uma mulher.

Que precisa de ajuda para ela não se acanhar em sua presença, para assim possam ter um filho, um herdeiro como manda as tradições.

Algo normal que eu iria feliz conversar com você e a minha esposa com a sua senhora, pois é normal as mulheres que ainda estão aprendendo a prática da vida de casado sentirem vergonha de ficar sem as vestes na presença de seu marido.

Até mesmo vergonha de o vê sem as vestes.

 

Sendo que ao contrário é uma vergonha em tua vida.

 

Errado chegar aqui e ver que a trata como uma governanta que tem que esperar o seu senhor dar a ela as ordens de contratar empregados.

Ver a irmã que quer arrumar a casa de seu irmão para que ele seja bem visto e pagar pela estadia que não precisa ser paga, para agradecer pelo temporário acolhimento.

 

Errado de saber que eu venho e não pedir nem ajuda a tua mãe e sogra para que empreste por um dia os empregados para apresentar uma casa digna, pois por uma fatalidade não conseguiram achar empregados à altura do que a sua esposa precisa para arrumar a casa.

 

E muitas vezes errado a sua esposa já pedir perdão para mim pela forma que sou recebido e como ela se sente tratada, em vez do senhor correr a frente e falar comigo para vir em outra hora, por causa do ocorrido.

 

Ele olha a Serentina e pergunta bem sério.

 

Pura ou mulher?

 

Mulher que se sente pura e já sabe que está vazia e que as regras chegam em breve.

 

O padre arregalou os olhos, pois sabia que isso era sinal que o marido não fez o que é esperado da parte dele, ainda mais que eram um casal bem jovem vinda de uma família bem numerosa.

 

Esperava que ela falasse pelo menos que tinha esperança que tivesse com a barriga cheia.

Envergonhada de falar que tinha chance de ter um filho vindo.

Não chateada por já saber que está vazio.

 

Vamos já conversar, jovem senhor Don, conversar sobre essa sua falta de vontade de já ter herdeiros em sua vida, diferente do que ocorreu com seus irmãos que só me dão felizes trabalhos de abençoar as suas casas por terem mais herdeiros vindos nas suas vidas.

 

A conversa foi longa e pelo menos garantiu que a Serentina tivesse o resto que precisava na sua vida sobre a casa.

 

Don olhou toda a criadagem escolhida por ela, o que iria gastar e ficou contente, pois soube que ela era comedida, que aprendeu com a sua mãe a como economizar.

 

Ficou contente pelo fato dela o apoiar de contratar empregados estrangeiros para o servir pessoalmente.

Ela apoiou que ninguém precisava saber de fato por que ele ficou manco e não seria pecado mentir sobre essa parte da vida que não afeta a vida de ninguém.

Com eles sendo estrangeiros, não iriam fofocar por aí para saber a verdade.

Só trabalhar, ganhar seus valiosos decimos e mandar para a sua pobre família.

Uma ajuda que seria muito bem vinda para a vida desses estrangeiros.

 

Não era uma escolha que seus pais aprovaram.

Seus sogros meio que apoiaram, só achou que deveriam contratar “estrangeiros” do mesmo país, não de outro.

Sendo que não questionaram em nada a decisão, pois eram poucos, só os que serviriam muito pessoalmente o Don.

O resto, eram todos do local que moravam e isso era o suficiente para mostrar que sua filha seguia perfeitamente as tradições.

 

Só que mesmo o Don gostando do que via, não era feliz a vida de casal.

Mudar a casa para ter cantos com o gosto dela, ter visitas que ele não gostava mudar sua rotina, pelo fato de ser casado.

Ele odiava tudo, como não falava de fato o que passava em seu coração, o que de fato queria para a sua vida de casal.

Apesar dos sorrisos, na vida particular do casal.

Ele só se mantinha distante dela.


Capítulo Anterior Próximo Capítulo

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua opinião respeitosa sempre será bem vinda!

Mais Vistas!